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sábado, 23 de junho de 2012

As Máquinas Pensam?







"Proponho que consideremos  a seguinte questão: As máquinas pensam?"
Alan Turing


Sistema Binário de Leibniz
Imagem extraída de wikipedia.org







Enviado por albertoprass em 25/01/2011




O PAI DA COMPUTAÇÃO





O matemático alemão Gottfried Leibniz (1646-1716), um dos criadores do Cálculo Diferencial, nome inventado por ele mesmo, criou uma máquina de calcular entre os anos de 1671 e 1694. Sendo ele dotado de grande imaginação, em sua Aritmética Binária – onde todos os caracteres se expressam pela unidade e pelo zero - representou Deus pela unidade e o nada pelo zero. Assim Leibniz imaginara que Deus criara o tudo do nada. Isto faz de Leibniz um dos precursores do desenvolvimento do cálculo mecânico e, além disso, Leibniz criou o Sistema Binário de Numeração três séculos antes de sua criação se consolidar como a base do mundo digital até a atualidade.    
No terceiro século após as primeiras fagulhas do universo computacional, nasceu o excêntrico matemático, lógico e criptoanalista inglês Alan Mathison Turing, na cidade de Londres no dia 23 de junho de 1912. Dentre as suas manias, destacavam-se o hábito de vestir-se mal, não fazer a barba, correr longas distâncias diariamente e comer uma maçã antes de dormir; pois era fascinado pelo conto de fadas Branca de Neve e os Sete Anões (conto originário da tradição oral alemã e compilado pelos irmãos Grimm entre os anos de 1812 e 1822); sendo o episódio da maça envenenada pela bruxa o ponto alto da história para ele.
Em agosto de 1900, no Congresso Internacional de Matemáticos, realizado na Sorbonne, Paris, o matemático alemão David Hilbert   (1862-1943), para anunciar o novo século, propôs 23 problemas desafiando a platéia então presente. Conforme ele, os problemas ditariam o rumo dos exploradores matemáticos do século XX. O problema número dois (Demonstrar a consistência dos axiomas da aritmética) da lista de Hilbert foi resolvido, em 1931, pelo matemático austríaco Kurt Friedrich Gödel (1906-1978).
Gӧdel, através do seu Teorema da Incompletude inferiu “Se os axiomas da matemática são consistentes, então sempre haverá assertivas verdadeiras sobre os números que não poderão ser formalmente provadas a partir dos axiomas”. Isso vai contra todas as características do significado da matemática desde os primórdios de sua história. Turing, fascinado pela complexidade das ideias de Gӧdel, publicou, em 1937, o artico “On Computable Numbers” cujo conteúdo refere-se ao conceito de Máquina Abstrata, ou melhor, a dita Máquina de Turing, base da Teoria dos Autômatos e da calculabilidade representada por uma sucessão de instruções que agem sequencialmente sobre valores de entrada e fornecem valores de saída. Para que serve isso? Serve para formalizar o conceito de algoritmo. Logo as suas ideias computacionais interessaram ao matemático austro-hungaro John von Neumann (1903-1957) que concluiu que era necessário dar início à construção da Máquina de Turing.
Assim, o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, levou os militares britânicos a solicitá-lo a quebrar os dificílimos códigos utilizados pelos militares alemãs na transmissão de ordens aos seus subordinados, usando a máquina Enigma. Turing entendeu que a sua missão, teoricamente, era muito fácil. No entanto, na prática caberia a uma máquina realizá-la. Paratanto, conforme as suas instruções, construíram a Colossus, a máquina que usava 2.000 válvulas eletrônicas e possibilitou aos ingleses escrutinar o modo que os alemãs protegiam suas mensagens. No final, a Colossus de Turing derrotou a Enigma dos alemãs.

Após o fim da guerra, Turing chefiou a equipe que projetou e construiu o primeiro computador eletrônico inglês ACE – Automatic Computing Engine, em 1946. Ele continuou a escrever os seus trabalhos teóricos, inclusive sobre Inteligência Artificial. Homossexual assumido, foi preso em 1952, sob a acusação de “vícios impróprios”. Foi libertado e forçado a ingerir hormônio feminino, o estrogênio, como castração à sua condição; o que resultou no desenvolvimento de seios. A humilhação o levou a extrema depressão e foi encontrado morto no dia 7 de junho de 1954, dias antes de completar 42 anos, tendo ao seu lado um pedaço de maçã por ele mesmo envenenada com cianureto. O primeiro ministro britânico Gordon Brown fez pedido oficial de desculpas em público, em nome do governo britânico no dia 10 de setembro de 2009 devido ao tratamento hostil a ele dado.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA

BOYER, Carl B. História da Matemática (A History Of Mathematics, 1991 – Tradução: Elza F. Gomide), 2a edição. Editora Blucher Ltda, São Paulo, 1996.

EVES, Howard. Introdução à História da Matemática (An Introdution To The History Of Mathematics, © 1964 – Tradução: Higyno H. Domingues). Editora da Unicamp, São Paulo, 2004.

GARBI, Gilberto G. A Rainha das Ciências – Um Passeio Histórico pelo Maravilhoso Mundo da Matemática, 2a edição. Editora Livraria da Física, São Paulo, 2007.

CONTADOR, Paulo Roberto Martins. Matemática, uma breve história. Editora Vol II de 3 volumes. Livraria da Física, São Paulo, 2006.

DU SAUTOY, Marcus. A Música dos Números Primos: a história de um problema não resolvido na matemática (The Music Of The Primes: Why na Unsolved Problem in Mathematics Matters, traduzido por Diego Alfaro). Editora Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 2008.








quinta-feira, 7 de junho de 2012

Mensagem das Estrelas



SIDEREUS NUNCIUS


Imagem extraída de wikipedia.org/wiki/Galileu





Enviado por Eloir De Carli

Galileu Galilei



      Galileu Galilei (Itália, 1564 – 1642) ocupa a décima segunda posição no critério de Michael H. Hart autor do livro As 100 Maiores Personalidades da História, Editora Difel, 2003 (ainda estou lendo) devido a sua importância histórica.  Galileu, na sua juventude, dedicou-se à literatura tendo escrito sobre Dante e Tasso. Em 1581, observando as oscilações dos lustres da Catedral de Pisa, definiu a Lei do Isocronismo das Oscilações do Pêndulo. Foi aluno do curso de Medicina da Universidade de Pisa no período de 1583 até 1585 quando abandonou o curso, devido ao seu interesse pelas obras de Euclides e Arquimedes.

     Nessa época, a invenção da balança hidrostática e a determinação do centro de gravidade dos sólidos concederam-lhe a nomeação para professor de matemática na mesma Universidade. No entanto, as Universidades do século XVI tinham um currículo elementar desta disciplina, assim o que Galileu lecionava hoje seria classificado como física ou astronomia ou aplicação à engenharia (Boyer, Carl B. A História da Matemática, 1996).

        Em 1609 tomou conhecimento sobre a construção do primeiro telescópio, interessou-se pelo projeto e construiu um telescópio que o levou a realizar importantes descobertas astronômicas, como por exemplo: os satélites de Júpiter, as manchas do Sol, a rotação do Sol sobre o seu eixo, as fases de Vênus (converteu-o ao Sistema Heliocêntrico de Copérnico). Galileu registrou todas as suas descobertas no livro Sidereus Nuncius (Mensagem das Estrelas) de 1610. No ano seguinte, esta obra levou-o a se explicar perante os sensores da Igreja Católica que o acusaram de herege, por seu texto ser incompatível com os ensinamentos religiosos. Galileu não foi condenado, mas teve que assinar um decreto de inquisição em 1616 onde declarou que o Sistema Heliocêntrico era meramente hipotético.

   Intencionado a derrubar a Física de Aristóteles e estabelecer a Matemática como fundamento das Ciências Exatas, publicou em 1623 o livro Saggiatore (O Ensaiador). Em 1632 publicou Dialogo Dei Massini Sistemi (Diálogo Sobre os Grandes Sistemas do Universo) obra na qual ele retornou a defender a hipótese copernicana. Novamente, ele foi acusado e desta vez condenado por heresia a prisão domiciliar e proibido de publicar livros, em 1633. Devido a esta ocorrência, reza a lenda que Galileu respondeu dizendo “Eppur si muove” (No entanto, ela se move).
    Galileu criou uma nova física para poder explicar as novas descobertas, comprometeu o prestígio de Aristóteles (que concebia a matemática como algo celestial) estabelecendo o experimento e a formulação matemática do resultado da experiência como fundamento das ciências exatas. Foi um polêmico autor que escrevia de modo simples e irônico. Durante uma visita à Universidade de Pádua, no ano de 1982, o papa João Paulo II retirou as acusações de heresia feitas pela Igreja Católica contra Galileu. (Larousse Cultural, 1988)

Referências Bibliográficas
BOYER, Carl B. História da Matemática (A History Of Mathematics, 1991), 2a edição. Editora Blucher Ltda, São Paulo, 1996.
DONATO, Hernâni. Galileu – O Devassador do Infinito. Coleção Os Grandes Pensadores e a História. Editora Ediouro, Rio de Janeiro, 1971.
GRANDE ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL, Vol 4 de 8 volumes. Editora Universo Ltda, São Paulo,1988.