"Proponho que consideremos a seguinte questão: As máquinas pensam?"
Alan Turing
Sistema Binário de Leibniz
Imagem extraída de wikipedia.org
Enviado por albertoprass em 25/01/2011
O PAI DA COMPUTAÇÃO
O matemático alemão Gottfried Leibniz (1646-1716), um dos criadores do Cálculo
Diferencial, nome inventado por ele mesmo, criou uma máquina de calcular entre os
anos de 1671 e 1694. Sendo ele dotado de grande imaginação, em sua Aritmética
Binária – onde todos os caracteres se expressam pela unidade e pelo zero - representou
Deus pela unidade e o nada pelo zero. Assim Leibniz imaginara que Deus
criara o tudo do nada. Isto faz de Leibniz um dos precursores do desenvolvimento do
cálculo mecânico e, além disso, Leibniz criou o Sistema Binário de Numeração
três séculos antes de sua criação se consolidar como a base do mundo digital
até a atualidade.
No terceiro século após as primeiras
fagulhas do universo computacional, nasceu o excêntrico matemático, lógico e
criptoanalista inglês Alan Mathison Turing, na cidade de Londres no dia 23 de
junho de 1912. Dentre as suas manias, destacavam-se o hábito de vestir-se mal, não
fazer a barba, correr longas distâncias diariamente e comer uma maçã antes de
dormir; pois era fascinado pelo conto de fadas Branca de Neve e os Sete Anões (conto originário da tradição oral alemã e compilado pelos irmãos Grimm entre os anos de 1812 e 1822); sendo o episódio da maça envenenada pela bruxa o ponto alto da
história para ele.
Em agosto de 1900, no Congresso Internacional
de Matemáticos, realizado na Sorbonne, Paris, o matemático alemão David Hilbert
(1862-1943), para anunciar o novo século, propôs 23 problemas desafiando a
platéia então presente. Conforme ele, os problemas ditariam o rumo dos exploradores matemáticos do século XX. O problema
número dois (Demonstrar a consistência dos axiomas da aritmética) da lista de
Hilbert foi resolvido, em 1931, pelo matemático austríaco Kurt Friedrich Gödel
(1906-1978).
Gӧdel, através do seu Teorema da
Incompletude inferiu “Se os axiomas
da matemática são consistentes, então sempre haverá assertivas verdadeiras
sobre os números que não poderão ser formalmente provadas a partir dos axiomas”.
Isso vai contra todas as características do significado da matemática desde os
primórdios de sua história. Turing, fascinado pela complexidade das ideias de Gӧdel, publicou,
em 1937, o artico “On Computable Numbers”
cujo conteúdo refere-se ao conceito de Máquina Abstrata, ou melhor, a dita Máquina
de Turing, base da Teoria dos Autômatos e da calculabilidade representada por
uma sucessão de instruções que agem sequencialmente sobre valores de entrada e
fornecem valores de saída. Para que serve isso? Serve para formalizar o
conceito de algoritmo. Logo as suas ideias computacionais interessaram ao
matemático austro-hungaro John von Neumann (1903-1957) que concluiu que era
necessário dar início à construção da Máquina de Turing.
Assim,
o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, levou os militares britânicos a
solicitá-lo a quebrar os dificílimos códigos utilizados pelos militares alemãs na
transmissão de ordens aos seus subordinados, usando a máquina Enigma. Turing entendeu que a sua missão,
teoricamente, era muito fácil. No entanto, na prática caberia a uma máquina
realizá-la. Paratanto, conforme as suas instruções, construíram a Colossus, a máquina que usava 2.000 válvulas eletrônicas e possibilitou aos ingleses escrutinar o modo
que os alemãs protegiam suas mensagens. No final, a Colossus de Turing
derrotou a Enigma dos alemãs.
Após o fim da guerra, Turing chefiou a equipe que projetou e
construiu o primeiro computador eletrônico inglês ACE – Automatic Computing
Engine, em 1946. Ele continuou a escrever os seus trabalhos teóricos, inclusive
sobre Inteligência Artificial. Homossexual assumido, foi preso em 1952, sob a
acusação de “vícios impróprios”. Foi libertado e forçado a ingerir hormônio
feminino, o estrogênio, como castração à sua condição; o que resultou no
desenvolvimento de seios. A humilhação o levou a extrema depressão e foi
encontrado morto no dia 7 de junho de 1954, dias antes de completar 42 anos,
tendo ao seu lado um pedaço de maçã por ele mesmo envenenada com cianureto. O
primeiro ministro britânico Gordon Brown fez pedido oficial de desculpas em
público, em nome do governo britânico no dia 10 de setembro de 2009 devido ao
tratamento hostil a ele dado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA
BOYER, Carl B. História da Matemática (A History Of
Mathematics, 1991 – Tradução: Elza F. Gomide), 2a edição. Editora Blucher
Ltda, São Paulo, 1996.
EVES, Howard. Introdução à História da Matemática (An
Introdution To The History Of Mathematics, © 1964 – Tradução: Higyno H.
Domingues). Editora da Unicamp, São Paulo, 2004.
GARBI, Gilberto G. A Rainha das Ciências – Um
Passeio Histórico pelo Maravilhoso Mundo da Matemática, 2a edição.
Editora Livraria da Física, São Paulo, 2007.
CONTADOR, Paulo Roberto
Martins. Matemática, uma breve história. Editora Vol II de 3 volumes. Livraria da
Física, São Paulo, 2006.
DU SAUTOY, Marcus. A Música
dos Números Primos: a história de um problema não resolvido na matemática (The
Music Of The Primes: Why na Unsolved Problem in Mathematics Matters, traduzido
por Diego Alfaro). Editora Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 2008.
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